Não acredito que ainda hoje tenho que falar para a maioria das pessoas:
"Não tenham medo do Linux como sistema operacional de seu computador, desktop ou notebook."
O usuário "comum" pode argumentar que o computador é como uma TV com um pouco mais de recursos, que quer só usar e pronto, que acha que esse negócio de "sistema operacional" não tem nada a ver com ele, que nunca usou, não quer usar e tem raiva de quem usa.
Para esses só posso dizer...
"Desculpem-me. A minha mensagem não era para vocês." e pensar "Abençoada seja a ignorância.".
Sim, "ignorância"! E não é ofensa! Quem não é ignorante em algo?
Eu tomo meu remédio diário para controlar a minha pressão e ignoro totalmente os efeitos colaterais, - Isso mesmo, não leio a bula! - os componentes químicos, o funcionamento de cada um deles no corpo humano, o trabalho hercúleo de pesquisa feito para chegar ao desenvolvimento desse produto.
Abençoada essa minha ignorância! Pois quero saber apenas se posso comprar o remédio para cuidar da minha saúde.
Já meu médico, que me receitou esse remédio, não pode beber desse tranquilo mar de ignorância. Ele tem que saber muito sobre tudo isso. E, por ser médico, não pode achar chato ou ter medo de lidar com essas informações.
Voltando ao "sistema operacional":
Esse mesmo médico, se quiser, tem todo o direito de ignorar tudo "que rola" entre o teclado, o mouse e a tela do computador que usa.
Por outro lado, se você trabalha com qualquer coisa ligada a informática, você não pode ter medo de conhecer, ao menos experimentalmente, outros sistemas operacionais.
Neste texto, estou me referindo especificamente ao Linux, por experiência própria. Porém, nada contra tentar também outros, como macOS, FreeBSD, etc.
Já utilizei muito o DOS e o Windows. Por muito tempo minha vida profissional foi sobre esses sistemas operacionais. Sou grato a eles.
Porém, já se vão uns 25 anos, entendi o poder e a necessidade de trabalhar com o Linux nos servidores, de diversos tipos, em diversas empresas.
Até aí nenhuma novidade. Quanto ao percentual de servidores do mundo que utilizam Linux, os números variam de 80% a 100% dependendo do nicho.
Quanto à minha estação de trabalho, com ambiente gráfico e todas as coisas "bonitinhas" que um programador também usa, além das ferramentas de programação, já se vão uns 12 anos que passei a utilizar Linux.
Posso dizer que tive minhas dificuldades no primeiro mês. Como a ideia era experimentar, configurei o notebook de trabalho com um dual boot para escolher entre Windows e Linux. Depois de entrar o sistema operacional escolhido eu ainda podia "brincar" com o outro sistema, pois em cada um deles coloquei uma máquina virtual com o outro.
Em bem menos de um ano a partição Windows foi formatada e passei a ter apenas o boot Linux. Ainda utilizei Windows muito tempo, por conta de sistemas legado, mas o fazia dentro da máquina virtual dentro do Linux.
"Para que isso? Só para complicar?" Juro que não, eu tinha simplesmente descoberto a forma mais produtiva de trabalhar.
"Isso é receita para todos?" Não. Nada é para todos.
Como os remédios de pressão. O que eu tomo, o médico entendeu ser o melhor para mim no momento, mas para muitos outros pacientes em muitos outros momentos ele receita muitas outras opções de medicamentos.
Quanto a outras opções:
- Já instalei em computadores físicos e virtuais alguns sabores de BSD, mas nenhum acabou se tornando de trabalho.
- Nunca trabalhei com macOS, primeiramente por questões financeiras. Ao menos no Brasil, os equipamentos para os quais ele é feito tem preços que, em geral, não fazem o menor sentido. Tendo possibilidade de experimentar, experimento.
Enfim, é isso.
Se você é um "informata", tente, teste. É quase uma obrigação.
Se for só um curioso, se aventure. Pode ser divertido.
"A" pergunta: "Mas qual Linux?"
Por experiência pessoal (apenas os mais relevantes):
- Debian: Para servidores utilizei muito e gosto. Para desktop, apesar de eu ter gostado, acabei utilizando pouco.
- Ubuntu: (que é baseado no Debian) Já utilizei muito no meu desktop e em vários computadores de usuários comuns de empresas onde fui ou sou responsável.
Outros recomendados por muitos hoje em dia:
E para quem tem mais interesse em questões de segurança de rede, é claro:
Uma que nunca nem baixei, mas estou curioso e vou experimentar em breve:Para ter ideia de quantas distribuições existem:
- DistroWatch
- Tem esta curiosa visão: Periodic Table of Distro
- WikiMedia
- Tem uma imagem mais impressionante ainda com relação à variedade de distribuições: Linux Distribution Timeline
- Éric Lévénez
- Montou uma timeline com muito menos variações atuais, e com muito mais origens históricas, desde o primeiro Unix, que foi a inspiração para o Linux.
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